A Narradora
- Juliana
- Estudante de Biologia, escritora e desenhista meia-boca nas horas vagas. Odeio cebola, acordar cedo e ficar muito tempo sem ter o que fazer. Na maioria das vezes sou quieta demais e prefiro continuar desse jeito. E sim, meu cérebro às vezes tem lag, problemas com interpretações múltiplas, vontade própria e está atualmente seriamente comprometido por um certo homem de covinhas.
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sexta-feira, 4 de julho de 2008
Coleções, burrices e o universo
Escrito por
Juliana |
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É, chegaram as férias. E esse seria um momento especialmente feliz, já que eu esperava por isso há pelo menos uns dois meses, se eu não tivesse percebido o quão monótona é a falta total do que fazer. E aí quando eu não tenho nada pra fazer eu desembesto a ler, escrever, passar horas deteriorando meu cérebro na frente de um computador ou de uma tevê, pelo menos três vezes ao dia. Então eu resolvi que já que eu ia deteriorar meu cérebro, que fosse de uma forma útil, o que quer dizer que eu passei a ler ou escrever na frente do computador ou da tevê.
No momento eu devo estar passando por uma espécie de bloqueio de criatividade, lapso de memória, falta de imaginação, ou quaisquer outros tipos de defeitos cerebrais dessa categoria. Ou seja, o texto poderia acabar aqui sem o menor sentido e tudo estaria perfeitamente normal.
Sendo assim eu desisti de escrever dissertações, poesias, narrações, todo esse tipo de coisa e resolvi escrever sobre a minha vida mesmo e o que eu acho dela, apesar disso também ser uma coisa meio monótona às vezes.
Foi aí que então que eu parei pra refletir sobre esse semestre que passou e algumas coisas que aconteceram nele.
Já faz um tempo considerável que eu não venho tendo inícios de anos muito bons, e pra falar a verdade, esse ano não foi diferente. Tá, eu admito, talvez por motivos bobos, – ok, foram realmente motivos bobos – mas ainda assim contribuíram para um início de ano meio estranho. Sabe, gostar de alguém e falar tudo o que você pensa a respeito dessa pessoa não é a idéia mais inteligente do universo, mas na falta de uma melhor, foi isso que eu fiz. E não sendo ela a idéia mais inteligente do universo, obviamente não deu certo. Não que eu realmente achasse que ia dar, mas eu tenho mania mesmo de insistir em coisas que as pessoas me avisam incessantemente que simplesmente não vão funcionar.
Pois é, não deu certo. E aí eu fiquei triste. Mas tudo bem, as pessoas freqüentemente ficam tristes. E aí eu decidi que ia parar com essa história de gostar das pessoas porque ela simplesmente não estava me levando a lugar nenhum. O único problema é que eu acho que me esqueci de contar esse detalhe pro meu coração. Mas acho que mesmo que eu fizesse isso ele não ia me obedecer, corações são assim mesmo.
E quando eu praticava distraidamente a arte de me isolar do mundo me enfiando no obscuro labirinto do meu ser e me saindo relativamente bem nisso, eu vi uma coisa que mudaria o resto do meu semestre. Ou melhor, uma pessoa que mudaria o resto do meu semestre. De fato, talvez tivesse sido melhor que eu não a tivesse visto, mas acho que agora isso nem faz muita diferença.
Bom, resumindo a história, encurtando o meio, o que importa é que no fim não deu certo. Sim, de novo. Como quase sempre. Mas o que foi diferente dessa vez foi que pelo menos eu tomei uma atitude em relação a isso.
Sabe o que é pra uma pessoa que nunca se arriscou a fazer nada simplesmente por ter medo das possíveis conseqüências de seus atos mandar tudo às favas e ir até a casa da referida pessoa, assim do nada, e falar tudo o que pensa a respeito? (Tá, eu sei que algumas pessoas sabem – aliás, muito bem) É no mínimo impensável e desconfortável. Sensação de vulnerabilidade como se você estivesse sido posto na frente de um tanque de guerra de três metros de altura dentro de uma quadra de tênis e você não tivesse por onde fugir. Ok, exagero. Talvez dentro de um campo de futebol, o que não tira o desconforto da coisa.
Mas de qualquer forma foi isso o que eu fiz. E como eu já havia dito lá em cima, não deu certo. Foi aí que eu parei pra pensar em como as pessoas perdem por medo de jogar. E perdem por W.O. ainda, o que é muito mais feio. E claro, em como elas são complicadas demais.
É, complicadas demais. As pessoas reclamam que estão sozinhas, mas quando alguém surpreendentemente se prontifica a fazer companhia, elas recusam. Tudo bem, ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas acho que dar uma chance não custa nada. Aposto que muitas pessoas seriam infinitamente mais relaxadas e menos preocupadas com tudo se fizessem isso. Ou pelo menos, menos chatas.
Sabe aquela historinha de gostar de quem gosta da gente? Pois é, tem gente que não conhece. Ou finge que não conhece. Ou não entendeu. Ou finge que não entendeu. Ou gosta de sofrer aleatoriamente mesmo. Cada um com seus gostos.
De qualquer forma, acabei ganhando mais um não pra minha coleção particular, prometendo que vou parar com essa história de gostar das pessoas porque ela simplesmente não me leva a lugar nenhum e me surpreendendo com a burrice aparentemente inexplicável de algumas pessoas. Só pra finalizar: “O Universo conspira a seu favor até que ele se cansa da sua lerdeza e se revolta contra você”.
Pense nisso.
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