A Narradora

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Juliana
Estudante de Biologia, escritora e desenhista meia-boca nas horas vagas. Odeio cebola, acordar cedo e ficar muito tempo sem ter o que fazer. Na maioria das vezes sou quieta demais e prefiro continuar desse jeito. E sim, meu cérebro às vezes tem lag, problemas com interpretações múltiplas, vontade própria e está atualmente seriamente comprometido por um certo homem de covinhas.
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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Pensamentos Repentinos (5) - Dos Verbos


Assim como em todas as partes do mundo, quiçá (olha, que bonito, uma palavra diferente) do universo, existem injustiças. Existem pessoas que vão presas e não fizeram nada. Existem pessoas que estão livres e fizeram muitas coisas feias. Existem pessoas que nascem com a graça genética de serem bonitas, enquanto outras precisam ralar pra parecerem, no mínimo, arrumadinhas. Existem planetas capazes de produzir vida, outros passam longe disso. Sim, injustiças demais para enumerar de uma vez só. E só pra não ficar de fora, a língua portuguesa também tem sua própria injustiça: o verbo querer.

Aposto que a pessoa que inventou o verbo querer nem pensou nas conseqüências disso. Ou se pensou, era alguém no nível Alexandre o Grande, o que convenhamos, não fazia diferença. Por quê? Porque inventaram o verbo sozinho. Querer é o tipo de verbo que deveria vir acompanhado sempre (ou pelo menos mais de 50% das vezes) do verbo conseguir.

Na verdade, há muitas palavras que deveriam vir acompanhadas. Por exemplo, paixão deveria vir acompanhada pela palavra recíproca; amor pela incondicional; felicidade pela palavra sempre; tristeza pela palavra passageira (de preferência com um abraço amigo de bônus). Mas infelizmente as coisas não são assim.

É difícil hoje encontrar uma paixão que seja correspondida logo de início, amor que dure para sempre e enfrente tudo, pessoas que driblem a tristeza com facilidade. Apesar disso, parando pra pensar, tudo se resume na palavra injusta do início: querer. Ou no não uso dela.

Querer é mais que um verbo ou uma palavra. É uma ação, e isso implica que ela deve ser pensada e executada. Querer e ficar por aí não adianta de nada. O verbo conseguir aparece ou não como conseqüência. Querer é correr atrás, tentar uma, duas, três, vezes, cair e levantar, olhar pra frente, e não desistir no primeiro obstáculo. Nem no segundo. Nem no terceiro. Querer é não desistir. É não jogar a toalha, é ter a certeza de que se está fazendo o melhor.

Conseguir é cruzar a linha de chegada sem importar a posição, sacudir a poeira quando se cai, independente do número de vezes que isso ocorra, aprender com os tombos no meio do caminho e aprender também a superar qualquer obstáculo. Conseguir é eliminar a palavra desistir do vocabulário, pegar a toalha para enxugar o suor e seguir em frente. É perder uma batalha, mas nunca se retirar da guerra.

Conseguir depende do querer. Querer depende simplesmente da nossa vontade.

2 comentários:

Byzinha disse...

UI !

l u F e . disse...

prima, vc é fofa cara! hahaha adoro seus textos!

bjoo