A Narradora

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Juliana
Estudante de Biologia, escritora e desenhista meia-boca nas horas vagas. Odeio cebola, acordar cedo e ficar muito tempo sem ter o que fazer. Na maioria das vezes sou quieta demais e prefiro continuar desse jeito. E sim, meu cérebro às vezes tem lag, problemas com interpretações múltiplas, vontade própria e está atualmente seriamente comprometido por um certo homem de covinhas.
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sábado, 13 de dezembro de 2008

Pensamentos Repentinos (13) - Sobre esperas


Dizem que a paciência é uma virtude. Eu digo que é uma prova de resistência. Esperar sempre é algo irreversivelmente chato, que faz com que aquilo que se espera inexplicavelmente demore mais para chegar do que se você simplesmente não o estivesse esperando. Pode ser o destino de uma viagem, um amigo que você não vê há tempos, seu aniversário, o dia que você esperava para conhecer alguém. Sempre vai parecer que o relógio não anda, por mais que você olhe para os ponteiros a cada segundo na tentaiva inútil e quase inconsciente de tentar fazê-los correr mais rápido. Os dias não passam, uma semana parece uma eternidade.

E é pior ainda quando você espera por alguma coisa e, aos 45 do segundo tempo, ela precisa ser adiada por motivos de força maior. Parece que toda a excitação que te consumia há segundos atrás desaparece, drenada de seus poros num piscar de olhos. Mas tudo bem, o que são três meses para quem já esperou quase dois?

Acho que só temos noção do quanto queremos alguma coisa quando a possibilidade concreta de consegui-la escapa por entre nossos dedos, como se repentinamente estivéssemos tentando aprisionar algo gasoso nas mãos.

E quando ela escapa, paramos para pensar em como vai ser esse longo - ou não - tempo de espera. Quantas coisas podem acontecer em um dia, uma semana, um mês. Quanto de um sentimento é capaz de desaparecer por esperar demais? Quanto um sentimento é capaz de crescer inchado pela esperança de finalmente conseguir aquilo que se quer? Acho que a resposta depende de cada um. Depende do quanto se alimenta um sentimento, de quanto se deixa de lado.

Eu? Forço-me a acreditar que a espera faz mais doce o sabor da conquista.